SALADA CAPRESE frankly, my dear, I don't give a damn.

Truque de Mestre 3

O verdadeiro truque de mágica executado no filme Truque de Mestre de 2013 foi entender como um produtor conseguiu juntar um elenco tão bom e produzir um filme tão ruim. E três anos depois, executar o mesmo truque. Contrariando de vez a máxima de que um mágico não executa o mesmo ato mais de uma vez, Truque de Mestre 3 chega aos cinemas, sem pretensão de parar por aí (tom de ameaça).

No novo filme temos a volta de Isla Fisher. Para quem não lembra de uma das obras mais esquecíveis da cinematografia mundial, a atriz estava grávida durante a produção do segundo filme e, portanto, substituída lá por uma Lizzy Caplan (do Masters of Sex, excelente atriz), com uma nova personagem que era exatamente igual à persona de Fisher. Nunca um roteiro de um Truque de Mestre foi reescrito ou sequer revisado, não seria uma troca de personagem que faria os roteiristas terem esse trabalho todo.

Além da volta do elenco original completo, tem ainda mais personagem: a trupe de mágicos é complementada por três novos elementos pertencentes à geração Z. É tanto personagem que o James Gunn mandaria um “pega leve, pessoal”.

Com tanta gente, sobra diálogo expositivo. A primeira meia hora do filme é, no mínimo, sofrível. São personagens se encontrando, se apresentando, e contando sobre seu passado de forma resumida. O roteiro, infelizmente, não melhora em momento nenhum.

Para não jogar fora completamente o filme todo, a direção do Ruben Fleischer (de Zombieland) é bem redondinha. As cenas de luta e de ação são fáceis de entender, mesmo com um dos personagens virando o gambit e materializando cartas do ar para atirar em inimigos.

A franquia, apesar de ruim, tem seu bom punhado de fãs devotos. Assim, bastaria uma performance medíocre nos cinemas para garantir um quarto filme. Os produtores já estão contando com isso, metendo um final que deixa pontas abertas, incluindo para serem fechadas pelos novos e mais econômicos elementos da geração Z. Se o salário do Jesse Eisenberg ficar salgado demais, já dá para tirar ele do elenco e focar o filme nos novos personagens.

Um truque manjado.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.