Eu conheci Adam Elliot em uma mostra de cinema, assisti “Mary e Max“. Foi amor instantâneo.
Quando soube de “Memórias de um Caracol” eu tinha certeza que sentiria muito do que senti com “Mary e Max”, acontece que eu me enganei, eu senti um pouco mais.
A animação em stop motion é a prova que existe muita paixão quando o assunto é fazer cinema. O roteiro, inclusive, faz essa menção, provando a dedicação pelo cinema e ouso dizer, pela vida. A vida, que aqui no mundo real é tão complexa, na animação se mostra agridoce. Algum acerto maior?
Eu só tenho o que agradecer ao carisma de cada personagem que me conquistou, pois aqui me lembrei que a vida é sempre pra frente.
Quando temos histórias boas para contar e escolhemos a forma mais sincera para contá-las temos esse filme como resultado.
Talvez eu esteja excessivamente apaixonada, afinal o filme usa de recursos muito próximos aos usados em “Mary e Max”. Mas a arte existe para nos comunicar, nos ensinar, nos educar, nos entreter e nos emocionar; “Memórias de um Caracol” faz quase tudo isso, sem sair da concha, afinal, está tudo bem ficar confortável, desde que você lembre que há vida aqui fora, vidas que mudam diariamente. E aqui, no meio das cartas e memórias, esse filme me lembrou muito da minha própria jornada; cheia de passado, medo, choro, mas lotada de novas possibilidades.