SALADA CAPRESE as God is my witness, I will never be hungry again

Sorry, Baby

A estréia na direção da atriz Eva Victor chega de forma badalada: Sorry, Baby (do original em inglês Sorry, Baby) é o novo lançamento da queridinha A24. O filme vem com um sucesso de crítica no exterior, incluindo uma nota 4.1 no Letterboxd.

A promessa se paga. Mesmo começando com um ritmo meio arrastado, onde o incidente incitante parece demorar pra vir. É proposital: quando ele chega, muda completamente toda a pegada do filme. Um dramão toma conta, mas nem parece: a comédia ainda está lá, nem que seja para fazer a audiência rir de nervoso. E Eva Victor, que também atua como a protagonista, mostra que quer mesmo estabelecer seu nome em Hollywood, nem que seja com a ousada comparação de ser a Phoebe Waller-Bridge americana.

Quando o drama começa de verdade, ela mostra a que veio: uma atuação contida, como se não quisesse falar dos problemas com ninguém. O que é um desafio quando o tema é “atuação”, já que a forma mais fácil para um ator expressar o que o personagem está sentindo é deixar o dramalhão tomar conta. Atuações contidas são desafiadoras, e dignas de prêmios, não à toa a gente queria tanto que a Fernanda Torres ganhasse o Oscar.

E Sorry, Baby é sobre isso: é sobre manter para si seus sentimentos quando todo o mundo desaba ao seu redor. É levar um dia após o outro, dar um passo depois do outro, mesmo quando só se quer deitar em posição fetal e chorar. E é sobre gatos: o filme melhora demais depois que um gato aparece — aparece para salvar a protagonista, talvez.

No ano de Flow, com gato na animação; e depois de Um Lugar Silencioso: Dia um, com gato no terror, Sorry Baby prova que gato também vai bem no drama.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.