O plot base do filme “A melhor mãe do mundo”, de Anna Muylaert, que será lançado no dia 7 de agosto, pode soar bastante manjado. No audiovisual e, principalmente, nos telejornais policialescos do fim da tarde. Trata-se da história de Gal (Shirley Cruz) uma mulher batalhadora, que foge com seus dois filhos das investidas de Leandro, seu companheiro alcoólatra e violento, vivido por Seu Jorge.
Trivial, mas existem alguns diferenciais que tornam essa trama gasta em algo interessante. O principal deles está na relação da mãe com os seus filhos. Gal decide transformar a sua fuga desesperada em uma grande aventura lúdica para os seus rebentos.
Lembra algum filme? Para esse resenhista, a inspiração evidente é o ganhador do Oscar “A vida é bela” de Roberto Begnini, de 1998, com todas as diferenças de tempo e espaço, claro. As passagens que ecoam o filme italiano dão uma delicadeza toda especial para a película. O que trouxe um frescor interessante, mérito da direção e das atuações, todas excelentes, especialmente de Shirley Cruz e das crianças. Vale destacar, também, a participação do multitalentoso Lourenço Mutarelli.
A melhor mãe do mundo poderia ser uma coleção insossa de clichês. Eles até existem, mas Anna Muylaert ensina que, com alguma sensibilidade, é possível extrair algo novo de um terreno já bastante conhecido.