SALADA CAPRESE todo tomate merece respeito

Animais Perigosos

O sucesso de 1975 Tubarão, clássico dos cinemas, e um consolidador definitivo da carreira de Spielberg, é acusado de ser o principal catalisador do irracional medo de tubarões que aflige nossa humanidade. Tudo isso em um filme no qual o animal está apenas defendendo o território dele. O tubarão não é o vilão, é a vítima.

Não só isso, mas estatísticas apontam que tubarões são praticamente inofensivos. Estimativas apontam que as mortes por ataques de tubarões não provocados sejam entre 5 a 10 por ano, globalmente. Vacas, só nos Estados Unidos, matam 20 pessoas por ano (fonte). Formigas matam o dobro disso (fonte).

Ficar na areia da praia com medo de entrar na água por causa de tubarões é tão irracional que talvez seja mais fácil morrer com um coco caindo. O número que o ChatGPT me entregou, de 150 mortes desse tipo por ano, é claramente um exagero errôneo (IA errando, quem diria?), mas a página na wikipedia sobre o assunto têm uma série muito bem documentada de fatalidades envolvendo acidentes do tipo.

Se as estatísticas não fossem suficientes para justificar o exagero, vale destacar que o filme Animais Perigosos se passa na Austrália, onde absolutamente qualquer coisa pode te matar. Mesmo o grande vilão do filme, ao aprisionar suas vítimas, serve a elas como alimento pão com vegemite, aquela pasta de levedura deplorável que os australianos comem. Isso é de uma crueldade sem precedentes, talvez pior do que a morte.

É isso que torna a metáfora óbvia deste filme boboca: os animais perigosos são os humanos. Uma raça tão cruel e maldosa que é capaz de produzir e vender vegemite.

Em um mundo sério, isso já seria suficiente para arruinar o trip advisor daquele barco turístico.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.