SALADA CAPRESE tomates sempre frescos

Angel’s Egg

Pouco mais de uma hora: com meros 71 minutos, a lindíssima animação de 1985 Angel’s Egg parece que não acaba nunca.

A beleza dos traços, das composições, das músicas, e da animação em geral é incontestável, verdade. Cada frame parece um quadro, e às vezes esse sentimento é literal: eu juro que em certo momento eu acreditei que aconteceu algum problema no vídeo devido à completa falta de movimento das figuras na tela. Sem som, sem ações, nada. Em outro momento, a gente assiste calmamente uma fogueira se extinguir.

Há toda uma metáfora belíssima a ser refletida sobre o significado do ovo, das sombras, e do contexto japonês da produção (certamente algo a ver com as bombas atômicas), e ao qual o maravilhoso tédio de uma hora certamente induz ao pensamento. Mas – e isso é uma culpa inteiramente minha -, minha mente atribulada decorrente da semana em que eu assisti ao filme, e minha dificuldade em conectar completamente com a história, fizeram com que eu perdesse grande parte dessa metáfora (tanto que eu nem sei descrevê-la completamente, estou só chutando), e eu terminei o filme me achando burro (com razão).

Eu gosto de filmes com metáforas. Mas eu prefiro quando eles têm algo mais além da metáfora.

Assim como eu gosto de filmes lindos. Mas, também, que tenha algo mais além da beleza.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.