Há uma máxima do cinema que diz que, em uma cena, devemos chegar tarde e sair cedo. A audiência deve chegar com a ação já se desenrolando e deve sair antes dela se concluir. Isso não significa tornar o filme rápido e descontrolado, mas tornar cada segundo valioso, aumentando a média dramática de cada cena.
The Mastermind, novo longa da diretora Kelly Reichardt, parece ignorar propositalmente essa dica de produção. Não só o pace do filme é penosamente vagaroso, como o foco de cada cena parece ser de uma inutilidade ímpar.
É claro que isso tem um propósito de enaltecer a tristeza do protagonista. Mas é inegavelmente cansativo.
Não só o pace do filme parece desajustado com o que se espera de um heist movie, mas o heist em si é de uma bobagem incrível. Todo o plano de roubo (acontece no primeiro ato do filme ainda, talvez nem seja spoiler) é baseado no conceito de que o guarda de um museu estaria dormindo.
É como se fosse um Ocean’s Eleven para pessoas com insônia. O mastermind de todo o negócio não tem absolutamente nenhum plano cuidadosamente elaborado. Ele é um pateta difícil de simpatizar. Fica um mistério de como a Alana Haim terminou casada com esse homem.
Além de depressivo e criminoso, é burro. Ainda por cima, para um protagonista em fuga, ele parece andar bem devagar.